lunes, 29 de abril de 2013

Reportagem

    
                     Bullying contra alunos com deficiência
                                                            Ana Rita Martins



Um ou mais alunos xingam, agridem fisicamente ou isolam um colega, além de colocar apelidos grosseiros. Esse tipo de perseguição intencional definitivamente não pode ser encarado só como uma brincadeira natural da faixa etária ou como algo banal, a ser ignorado pelo professor. É muito mais sério do que parece. Trata-se de bullying. A situação se torna ainda mais grave quando o alvo é uma criança ou um jovem com algum tipo de deficiência que nem sempre tem habilidade física ou emocional para lidar com as agressões.
Tais atitudes costumam ser impulsionadas pela falta de conhecimento sobre as deficiências, sejam elas físicas ou intelectuais, e em boa parte, pelo preconceito trazido de casa. Em pesquisa recente sobre o tema, realizada com 18 mil estudantes, professores, funcionários e pais, em 501 escolas em todo o Brasil, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) constatou que 96,5% dos entrevistados admitem o preconceito contra pessoas com deficiência. Colocar em prática ações pedagógicas inclusivas para reverter essa estatística e minar comportamentos violentos e intolerantes é responsabilidade de toda a escola.

Depoimentos de  professores sobre bullyng:

Maria de Lourdes Neves da Silva e Eliza Rachel Macedo de Souza, na capital paulista afirmam que quando receberam Gabriel, a reação dos colegas da 1ª série foi excluir o menino - na época com 9 anos de idade - do convívio com a turma. "A fisionomia dele assustava as crianças. Resolveram explicar que o Gabriel sofreu má-formação ainda na barriga da mãe. Falaram sobre  o assunto numa roda de conversa com todos (leia no quadro abaixo outros encaminhamentos para o problema). Eles ficaram curiosos e fizeram perguntas ao colega sobre o cotidiano dele. Depois de tudo esclarecido, os pequenos deixaram de sentir medo", conta. Hoje, com 13 anos, Gabriel continua na escola e estuda na turma da professora Maria do Carmo Fernandes da Silva, que recebe capacitação do Centro de Formação e Acompanhamento à Inclusão (CEFAI), da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, e estão sempre discutindo a questão com os demais educadores. "A exclusão é uma forma de bullying e deve ser combatida com o trabalho de toda a equipe", afirma, esclarecendo que de fato é um bom trabalho para reverter situações de violência passa pela abordagem clara e direta do que é a deficiência. De acordo com a psicóloga Sônia Casarin, diretora do S.O.S. Down - Serviço de Orientação sobre Síndrome de Down, em São Paulo, é normal os alunos reagirem negativamente diante de uma situação desconhecida.
Cabe ao professor estabelecer limites para essas reações e buscar erradicá-las não pela imposição, mas por meio da conscientização e do esclarecimento. Não se trata de estabelecer vítimas e culpados quando o assunto é o bullying. Isso só reforça uma situação polarizada e não ajuda em nada a resolução dos conflitos. Melhor do que apenas culpar um aluno e vitimizar o outro é desatar os nós da tensão por meio do diálogo. Esse, aliás, deve extrapolar os limites da sala de aula, pois a violência moral nem sempre fica restrita a ela. O Anexo Eustáquio Júnior Matosinhos ligado à EM Newton Amaral Franco, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, encontrou no diálogo coletivo a solução para uma situação provocada por pais de alunos. Este ano, a escola recebeu uma criança de 4 anos com deficiência intelectual e os pais dos coleguinhas de turma foram até a Secretaria de Educação pedir que o menino fosse transferido. A vice-diretora, Leila Dóris Pires, conta que a solução foi fazer uma reunião com todos eles. "Convidamos o diretor de inclusão da secretaria e um ativista social cadeirante para discutir a questão com esses pais. Muitos nem sabiam o que era esse conceito. A atitude deles foi motivada por total falta de informação e, depois da reunião, a postura mudou."

Antônio Tabosa Rodrigues afirma que  em Cajazeiras, a 460 quilômetros de João Pessoa   a solução para vencer o bullying foi investir, sobretudo, na aprendizagem. Ao receber José, um garoto de 12 anos com necessidades educacionais especiais, a professora Maria Aparecida de Sousa Silva Sá passou a conviver com a hostilidade crescente da turma de 6ª série contra ele. "Chamavam o José de doido, o empurravam e o machucavam. Como ele era apegado à rotina, mentiam para ele, dizendo que a aula acabaria mais cedo. Isso o desestabilizava e o fazia chorar", lembra. Percebendo que era importante para o garoto saber como o dia seria encaminhado, a professora Maria Aparecida resolveu mudar: "Passei a adiantar para o José, em cada aula, o conteúdo que seria ensinado na seguinte. Assim, ele descobria antes o que iria aprender". Nas aulas seguintes, o aluno que sempre foi quieto, começou a participar ativamente. Ao notar que ele era capaz de aprender, a turma passou a respeitá-lo. "Fiquei emocionada quando os garotos que o excluíam começaram a chamá-lo para fazer trabalhos em grupo", conta. Depois da intervenção, as agressões cessaram. "O caminho é focar as habilidades e a capacidade de aprender. Quando o aluno participa das aulas e das atividades, exercitando seu papel de aprendiz e contribuindo com o grupo, naturalmente ele é valorizado pela turma. E o bullying, quando não cessa, se reduz drasticamente", analisa Silvana Drago, responsável pela Diretoria de Orientação Técnica - Educação Especial, da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo.

Samara Oliboni, psicóloga e autora de tese de mestrado sobre bullying, diz que é preciso pensar a questão de forma integrada. "O professor deve analisar o meio em que a criança vive, refletir se o projeto pedagógico da escola é inclusivo e repensar até seu próprio comportamento para checar se ele não reforça o preconceito  e  conseguintemente, o bullying. Se ele olha a criança pelo viés da incapacidade, como pode querer que os alunos ajam de outra forma?", reflete. A violência começa em tirar do aluno com deficiência o direito de ser um participante do processo de aprendizagem. É tarefa dos educadores oferecerem um ambiente propício para que todos, especialmente para os que têm deficiência, se desenvolvam com respeito e harmonia.

sábado, 13 de abril de 2013

Notícia



Niños con aptitudes sobresalientes no son atendidos por profesores capacitados

Especialistas de la UdeG y de otros estados crean una red de colaboración profesional para la atención de estos pequeños
Los niños con aptitudes y talentos sobresalientes requieren educación especial, adecuada a sus altos niveles de entendimiento. En México, gran parte de las escuelas y profesores no están capacitados para dar esta atención y educación, por lo que especialistas de la UdeG y de seis estados de la república, crearon la Red de colaboración profesional para la atención de niños y jóvenes con actitudes sobresalientes y talentos.
El infante con talentos especiales enfrenta problemas educativos, a causa de que en las escuelas, los profesores no están capacitados para identificarlos y no cuentan con una propuesta educativa especial.
Para Dolores Valadez Sierra, directora del Centro de educación especial y rehabilitación, del Centro Universitario de Ciencias de la Salud (CUCS), y quien preside esta red, “es más común que nos digan que el niño, en lugar de ser sobresaliente, tiene problemas de conducta, o que tiene trastorno de déficit de la atención, si bien le va, porque a veces le cuelgan otro tipo de patologías más psiquiátricas”.
Comentó que el objetivo de la red es funcionar como una asociación de profesionales en busca de mejores circunstancias de educación y atención para niños sobresalientes. “La idea de la red surgió a partir de que en varios lugares de la república mexicana, hay profesionales que han trabajado desde la Secretaría de Educación o desde una universidad a favor de estos niños, en la educación, en la orientación de los maestros y padres. Nosotros queremos orientar a la familia, para que puedan atender al niño en su localidad”.
Según datos de la especialista, del tres al cinco por ciento de la población mundial tiene aptitudes y talentos sobresalientes. Son personas que aprenden de manera diferente, a consecuencia de que tienen una capacidad de aprendizaje más desarrollada de acuerdo con su edad, y un alto sentido de la creatividad o actitudes psicomotoras.
Además, con base en un estudio reciente realizado por la especialista en una secundaria con 650 alumnos, el 17 por ciento resultó con talentos especiales. El talento matemático, seguido del talento tecnológico y del social, fueron los que predominaron.
“Así como los niños con deficiencia mental aprenden a un ritmo más lento y partiendo más de lo concreto, los niños con actitudes sobresalientes y talentos específicos aprenden a un ritmo más rápido y con materiales abstractos, pues hacen conexiones más rápidas con la información”.
Hasta el momento, la asociación civil está conformada por cinco profesores de la Universidad de Guadalajara que han trabajado en el tema de aptitudes especiales y talentos, así como licenciados en educación y educación especial de Chihuahua, Guanajuato, Colima, Veracruz, Morelos y el Distrito Federal. Los interesados en integrarse o recibir información pueden escribir a la dirección de correo electrónico: doloresvaladez@yahoo.com.mx.